MIT Technology Review Brasil anuncia vencedores do Innovators Under 35
Inovação

MIT Technology Review Brasil anuncia vencedores do Innovators Under 35

Jovens inovadores das áreas de saúde, ESG, IA, artes, negócios e tecnologia recebem a chancela Innovators Under 35. O prêmio existe desde 1999 nos EUA e acontece este ano no Brasil pela primeira vez.

Foram anunciados nesta quarta-feira, 4, os vencedores da primeira edição brasileira do Innovators Under 35, a chancela dos jovens mais inovadores abaixo dos 35 anos de idade concedida pela MIT Technology Review. O prêmio existe desde 1999 nos Estados Unidos e acontece no Brasil pela primeira vez este ano.

A seleção foi realizada por um júri técnico que avaliou empreendedores que conseguiram transformar tecnologias densas em soluções práticas e inovadoras para a sociedade. Dentre os mais de mil inscritos, foram selecionados 18 vencedores em seis categorias:

Saúde:

César Natálio de Freitas Filho – WeCancer

Gabriel Marmentini – Associação Brasileira de Câncer de Cabeça e Pescoço (ACBG Brasil)

Pedro Henrique Coelho Santoro – DrCare

ESG (Ambiental, Social e de Governança):

Anna Beserra – SDW For All

Rachel Maranhão – MABE Bio

Eduardo Lyra – Gerando Falcões

Inteligência Artificial:

Pedro Freire – Blue AI

Carla Moussalli – LinkFit

Alexandre Messina – ZapGPT

Arte:

Iane Cabral – Plasma Biotecidos

Vítor Cunha – Magroove

Rafael Sanches – Sanches

Negócios:

Carolina Kia Takada – Bud

Paul Malicki – Flapper

Hendel Favarin Martines – Escola Conquer

Tecnologia:

Gabriel Polverelli – Lumx Studios

Luana Wandecy – Blindog

Lucas Lima – Projeto João de Barro

Metodologia do IU35

O Innovators Under 35 é baseado em uma rigorosa metodologia de seleção que segue os mesmos parâmetros da edição internacional. O júri técnico é composto por especialistas de diversos setores do mercado e também por representantes da MIT Technology Review.

Cada participante pôde se inscrever em uma categoria do prêmio, apenas. A partir da lista de inscritos, foram selecionados os 200 indicados que atenderam aos requisitos estabelecidos, considerados aptos. Por fim, com base nas classificações do júri, os editores da MIT Technology Review finalizaram a seleção dos Innovators, destacando os três mais promissores do Brasil em cada categoria para receber a chancela.

“Mais de 1500 pessoas aplicaram para o Innovators Under 35. Nós as distribuímos em função da área de aplicação para jurados que tinham critérios bastante objetivos para avaliar. Depois desse processo, esses jurados avaliaram em pares, então nunca uma iniciativa foi avaliada por apenas uma pessoa e nós fizemos a pontuação até aquele determinado momento. Depois nós pegamos os finalistas, mandamos para os EUA e a MIT Technology Review americana fez a avaliação final para garantir que existia lisura, isonomia e imparcialidade no processo”, explicou André Miceli, CEO e editor-chefe da MIT Technology Review Brasil e coordenador da premiação.

O objetivo é encontrar e destacar mentes inovadoras que estejam desenvolvendo projetos para solucionar problemas globais, além de descobrir e apresentar ao mercado as tecnologias e pessoas que estejam tornando isso possível. “A lista reflete que o Brasil já tem a capacidade de amadurecer o seu processo de inovação individual. A gente já enxerga esse modelo nas organizações, há um avanço nesse contexto, mas, quando falamos de indivíduos, empreendedores ou intraempreendedores, ainda há um espaço maior para crescimento”, disse Miceli.

A lista de Innovators foi anunciada durante o Rio Innovation Week (RIW), o maior evento de inovação da América Latina, que acontece 3 a 6 de outubro, no Rio de Janeiro. Nesta quinta-feira, 5, os vencedores ainda participarão de uma série de painéis exclusivos no espaço MIT Technology Review.

Innovative Workplaces é destaque no palco da MIT Technology Review

No segundo dia do RIW, o Innovative Workplaces (IW 2023) também foi destaque. A chancela concedida para as empresas mais inovadoras do Brasil contou com um espaço exclusivo no palco da MIT Technology Review, onde André Miceli apresentou os principais resultados da pesquisa do IW, seguido por painéis exclusivos com representantes das empresas inovadoras. “Apresentamos as estratégias das empresas que foram certificadas no IW e mostramos o que elas fazem para se transformarem em empresas inovadoras”, explicou Miceli.

O coordenador do prêmio também anunciou a abertura das inscrições para o Innovative Workplaces 2024. As empresas interessadas podem concorrer gratuitamente aqui. As

organizações aptas serão selecionadas sob sete perspectivas: gestão, produtos/serviços, marketing/vendas, processos, diversidade, data decisioning e open innovation.

Hudson Mendonça, editor-executivo da MIT Technology Review Brasil, também anunciou ao público a nova vertente de conteúdo especializado da publicação aqui no Brasil voltada para energia: Energy Center. “Nós percebemos que, para construirmos um ecossistema de energia e sustentabilidade, precisamos comunicar e engajar. Seguimos os exemplos e boas práticas da área de saúde, que já é uma vertical consolidada na MIT Technology Review Brasil, lançando uma série de produtos como newsletter, relatórios internos, podcast próprio, uma edição especial por ano, para, de fato, criar essa cultura.” O editor-executivo ainda destacou o Energy Summit, que também tem um papel fundamental na disseminação da questão energética.

Inovação e Inteligência Artificial foram destaques dos outros painéis com as empresas vencedoras do IW. A programação começou com o um debate sobre a colaboração através da inovação aberta. O painel “Quebrando fronteiras para colaboração através do open innovation” foi conduzido pelo editor-executivo da MIT Technology Review Brasil, Rafael Coimbra, e contou ainda com a participação de Adilson Da Silva, Global Open Innovation Manager da Braskem. A discussão girou em torno das complexidades de alinhar culturas empresariais e conectar-se com startups de forma eficaz. Adilson, por exemplo, destacou que a cultura organizacional é um fator fundamental para inovação nos processos corporativos. “A Braskem tem amadurecido a cultura inovação. Um dos exemplos é que temos um programa interno de empreendimento. Então, as pessoas apresentam projetos que acabam sendo absorvidos dentro da empresa”, contou. “A melhor coisa que a empresa pode fazer, é abraçar seus talentos internos.”

Logo após, André Miceli mediou um debate sobre a intersecção da Inteligência Artificial (IA) e a tomada de decisões humanas, dando ênfase às implicações éticas e legais do uso de IA. O painel “IA + Humanos: como podemos hoje adicionar mais inteligência na tomada de decisão”, teve a participação de Daniel Limena, Chief Digital Officer da Wemobi, e de Charles Schweitzer, diretor de inovação do Carrefour. Limena enfatizou a importância da IA para otimizar KPIs e a gestão de clientes, e salientou o papel vital da curadoria humana nesses processos. Schweitzer, por sua vez, citou um estudo mostrando que 85% das empresas oferecem ofertas personalizadas e provocou reflexões ao mencionar a transição do “Big Data” para o “Smart Data”, defendendo a coleta apenas de dados essenciais. Ele também compartilhou como o Carrefour utiliza intensivamente dados, como na concessão de crédito.

À tarde, a conversa se aprofundou na questão da diversidade na inovação. No painel “Diversidade e Inovação: divergir e convergir para avançar”, com Rafael Coimbra, Mirian Rodrigues, Diretora de Tecnologia e Head de Inovação da GSK, enfatizou a importância da representatividade em posições de liderança e a necessidade de uma cultura inclusiva.

A programação seguiu com uma imersão no tema cultura e pessoas. No painel “Processos: Como Construir o Caminho Contínuo da Inovação”, Aspen Andersen, vice-presidente de Gente e Tecnologia da Vibra; Alexandre Muniz, vice-presidente de TI e Operações da Generali; e Bruno Venceslau, head de BI e responsável pelas frentes de open insurance e Inteligência Artificial da Brasilprev, discutiram aspectos da questão. “Um dos aspectos em que investimos muito é a confiança. As pessoas, os colaboradores, precisam estar confortáveis e se sentirem confiantes para participar do processo de inovação”, disse Alexandre Muniz.

O tema da co-criação com clientes também foi explorado no painel “Clientes como Co-Criadores: o poder do feedback para inovação”, com a participação de Felipe Casella Szuster, Gerente de Inovação da Bradesco Seguros, e de Rodrigo Modesto Duclos Chief Digital Officer, da Claro.

A reta final do dia se concentrou nas novas fronteiras da experiência no marketing potencializado pela IA, com insights de Amanda Andreone, Country Manager Brasil da Genesys, Paulo Henrique Campos, director of costumer services and process na Tim e Naiara Reis, líder de inovação no Carrefour. Os representantes das empresas debateram o desafio de inovar e implementar novas tecnologias nos processos sem perder de vista o foco no cliente e suas necessidades. “Tratamos a IA sob a perspectiva da inovação, mas também sob a perspectiva do propósito. As janelas de oportunidade estão aí e precisamos aproveitar. Por outro lado, temos muito cuidado no core de atendimento das marcas”, destacou Amanda Andreone, da Genesys.

Para encerrar, o debate se voltou para a gestão em tempos de rápida transformação, trazendo à luz os desafios e soluções através das perspectivas de Rodrigo Ricco, Diretor Geral da Octadesk, e Luciano Rodrigues, Gerente Geral de Gestão da Inovação Tecnológica do CENPES Petrobras, que participaram do painel ” Gestão em tempos de transformação: o papel da liderança”.

O Rio Innovation Week segue até a próxima sexta-feira, 6. A maior convenção de inovação da América Latina soma mais de 1,5 mil palestrantes, 30 conferências simultâneas e conta com a participação de mais de 350 empresas, incluindo a MIT Technology Review. De acordo com a organização do evento, são esperados mais de 130 mil visitantes nos quatro dias.

Estão presentes alguns dos maiores influenciadores do cenário de inovação nacional e internacional, como Marc Randolph, cofundador e primeiro CEO da Netflix, o teórico político Achille Mbembe, e Alex Osterwalder, idealizador do “Business Model Canvas”. André Miceli também é um dos palestrantes, na palestra “Futuro da Saúde”, no dia 5, que abordará o que deve ser feito pra trazer maior sustentabilidade econômica, acesso à população e melhoria de qualidade para a saúde do Brasil.

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