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Em um cenário de constante evolução tecnológica, a Inteligência Artificial Generativa emerge como um dos campos mais promissores do ecossistema digital. A ferramenta que gera novos conteúdos em texto, imagem, vídeo e áudio a partir de dados pré-existentes, tem capacidade para acelerar a produtividade dos negócios, reduzir a complexidade organizacional e aprimorar a governança corporativa das empresas.
Foi com essa proposta que a multinacional brasileira de tecnologia CI&T realizou o pré-lançamento, em julho, da plataforma Flow — software que analisa as soluções digitais das empresas para oferecer mais eficiência, produtividade e segurança aos negócios. O projeto está sendo desenvolvido de forma colaborativa pela Comunidade CI&T Flow Pioneers Connection, grupo formado por cerca de 20 clientes de diversos setores, como o financeiro, de seguros e de saúde. A previsão de lançamento oficial da ferramenta é para o início de 2024.
“Seria como se a gente estivesse procurando oportunidades e gargalos, desde ter uma ideia, até colocar na mão do consumidor final. Um dos feedbacks que recebemos é de clientes que estão levando sistemas antigos para a nuvem. Estamos repensando as regras do negócio para novas experiências dos clientes e acelerando a velocidade com que essas plataformas são atualizadas”, explicou Leandro Angelo, vice-presidente da CI&T.
Uso estratégico da IA
Após o lançamento do ChatGPT, a equipe de tecnologia do Bradesco decidiu formar rodas de conversa sobre o uso estratégico da Inteligência Artificial Generativa. Entre os temas abordados estavam os impactos, as influências e a segurança do sistema. “O objetivo foi entender e letrar a equipe, porque começou um burburinho nos corredores questionando o funcionamento da tecnologia”, conta Henrique Albuquerque, head de Analytics do banco.
Na avaliação do executivo, discutir a adoção da IA Generativa com diferentes players do mercado é fundamental para o aprendizado colaborativo: “É importante que a gente tenha esse grupo recorrente para todos trocarem experiência em algo que é novo. Não podemos perder a oportunidade de inovação para não perdermos a chance de atendermos melhor o cliente.”
O head do Bradesco participou do segundo encontro da Comunidade CI&T Flow Pioneers Connection, realizado no início de dezembro na AYA Hub, em São Paulo. O objetivo do evento foi discutir os desafios relacionados à adoção da IA. A primeira edição aconteceu em setembro do ano passado, em São Paulo.
O superintendente de TI da Porto Seguro, Ivan Barale, também participou do encontro entre executivos de tecnologia. No evento, ele contou que a empresa está desenvolvendo uma plataforma interna para os funcionários acessarem o ChatGPT e demais bots com GenAI, de forma segura e transparente. A expectativa da equipe de tecnologia da seguradora é criar um canal para experimentação dos funcionários e, ao mesmo tempo, teste interno do grau de confiança da IA e aprendizado do novo contexto. “Não podemos deixar de estar juntos e enfrentar de frente a novidade. É vento na cara e ousadia mesmo, mas com responsabilidade”, diz.
Gerar espaços seguros para trocas de experiências e medos comuns, segundo Paula Englert, CEO da BOX 1824 — empresa do grupo CI&T conhecida por identificar tendências de comportamento e mudanças tecnológicas —, é fundamental para um futuro de alta complexidade e velocidade. “Se a gente não aprender com os erros dos outros, vamos incorrer em lugares que a gente não precisaria”, avalia.
Rapidez nas respostas
Mauro Oliveira, Partner, EVP (Employee Value Proposition) for Growth e Innovation da CI&T, destaca que a IA é uma grande aceleradora de negócios por oferecer respostas mais rápidas às empresas. “Melhor do que aprendermos sozinho, é cocriar. Sinto-me empoderado quando discutimos essas informações com mais pessoas. O uso de uma nova onda tecnológica nas organizações requer que pensemos diferente. A gente ganha um coro com uma voz”.
A RaiaDrogasil (RD) também faz parte da comunidade criada pela CI&T. O negócio digital da varejista farmacêutica evoluiu em ritmo acelerado desde o ano passado. Com o Flow, o time de tecnologia consegue se dedicar mais às funções centrais da empresa, ganhando em produtividade e segurança. “A gente terminou uma parte central do desenvolvimento esse mês. Se não tivéssemos usado esse portfólio de soluções, o time não teria conseguido. Isso para mim é música. A gente só conseguiu entregar o projeto por isso”, comemora João Carlos Cunha, diretor de soluções digitais.
Em ritmo de evolução, o executivo afirma que a empresa precisa discutir uma política de governança corporativa interna. “A ética é um tema importante para definir como que a gente escreve uma governança para pacificar as relações entre a Inteligência Artificial e as equipes. Eu acho que o assunto ainda tem muito tabu, principalmente com o time de cibersegurança.”
Eficiência nos negócios
Estudo publicado em abril de 2023 por pesquisadores da Universidade de Stanford e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) confirma que a IA Generativa aumenta a eficiência nos negócios. Os pesquisadores acompanharam uma empresa de softwares de grande porte durante um ano e verificaram que a produtividade da equipe teve um aumento de até 14%.
“Descobrimos que os trabalhadores com acesso à IA obtêm ganhos de produtividade bastante significativos e que esse benefício reverte para profissionais novos ou com pouca experiência”, afirma Lindsey Raymond, coautora do artigo no site da Universidade Stanford.
A pesquisa também retratou outra vantagem da IA: os clientes insatisfeitos avaliaram o sistema de forma positiva nas sugestões após término do atendimento, em comparação com o atendimento humano.
Professor emérito do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Silvio Meira avalia que o futuro virá de modo experimental, criando hipóteses sobre quais problemas deveríamos resolver e como tratamos as perspectivas para incluir as soluções nas empresas, mercados e sociedade. “A comunidade CI&T Flow Pioneers Connection é fundamental para errarmos e aprendermos em conjunto. Os processos de transformação que estão acontecendo agora, que dependem de plataforma, vão modificar tudo que estamos fazendo e fizemos no passado”, analisa o cientista.